Movimento Estudantil


No movimento estudantil, seguiremos com a tarefa de reconstrução do movimento estudantil brasileiro pela base. Isto não se dará pela mera disputa pelos aparelhos e cargos nas organizações estudantis, tais como UNE e UBES. Participaremos dos espaços e fóruns dessas entidades enquanto espaços de denúncia do seu atual alinhamento da entidade ao consenso burguês na sociedade brasileira, divulgando a necessidade de luta por uma Universidade Popular, alinhada a outro projeto de sociedade pautado pelos trabalhadores.
O falso dilema, colocado pelas tendências dominantes, que polariza o movimento estudantil, entre as entidades nacionais hoje existentes, nomeadamente UNE e ANEL, imobiliza grande parte do movimento em torno de disputas burocratizadas, fazendo com que as ações do movimento sejam levadas, por essas entidades, com o único objetivo de acumular forças para a disputa dos aparelhos e não para a construção de um projeto de educação e sociedade. É necessária a incisiva atuação dos comunistas nas entidades de base, nas escolas e universidades, executivas e federações de curso, para que o movimento estudantil retome sua ação protagonista na luta por uma educação pública emancipadora e popular, capaz de produzir conhecimento a serviço da classe trabalhadora e contribuir para consolidação da contra hegemonia proletária.
A UJC priorizará a construção do movimento nacional de luta por uma Universidade e Educação Popular, fortalecendo a articulação entre estudantes, professores, trabalhadores da educação e movimentos da classe trabalhadora. Ressaltamos que a luta por uma universidade pública, gratuita e democrática é condição necessária, ainda que insuficiente, para a produção e socialização de conhecimento contra e para além da ordem do capital. Impreterivelmente, a luta por uma Universidade Popular, nos atuais marcos históricos, é uma luta anticapitalista, um projeto em disputa, vinculado às demandas concretas dos trabalhadores se contrapondo ao projeto em curso de educação da burguesia e seus aliados.
Esta disputa se faz no cotidiano das lutas em defesa da educação pública, nas greves dos três segmentos da universidade, nas ocupações de reitorias, na luta contra as demissões de professores e pela reestatização das instituições privadas, nas intervenções dos movimentos culturais contra hegemônicos e, principalmente, na UNIDADE ORGÂNICA com as demandas e movimentos da classe trabalhadora.
Em resumo, concebemos este movimento como algo necessariamente além dos muros da universidade e do próprio movimento estudantil. Devemos fortalecer todos os instrumentos, forjados nas lutas, em defesa da Universidade Popular como o Grupo de Trabalho Nacional de Universidade Popular, desdobramento prático do grande sucesso qualitativo e quantitativo que foi o I Seminário Nacional de Universidade Popular.

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